“Nós somos um colégio que mistura muitas crianças de famílias de baixo poder aquisitivo com outras de melhor situação”, explica a professora Liramar Cortizo Garcia dos Santos. Com cerca de 1.100 alunos e 15 salas de aulas, 65 professores e funcionários, o Otávio tem três turnos de aulas (manhã, tarde e noite). A grande maioria dos estudantes são do próprio Jardim Botânico ou da Vila Cachorro Sentado, do outro lado da avenida Ipiranga. Segundo a diretora, há vagas para todos os que procuram estudar.
Tempos atrás, a escola tinha dois cursos profissionalizantes – auxiliar de contabilidade e auxiliar de escritório – mas isso não mais existe.
Tempos atrás, a escola tinha dois cursos profissionalizantes – auxiliar de contabilidade e auxiliar de escritório – mas isso não mais existe.
VELHOS TEMPOS – No dia primeiro de novembro de 1978 os alunos e professores deram adeus ao modesto prédio da rua Felizardo – na verdade, uma “brizoleta” de madeira – e passaram a ocupar o atual, de alvenaria, na rua Afonso Rodrigues, 100. Naquela época a diretora era a professora Bernardete Acauan Correa.Até então, a escola só ia até a quinta série. Em 1977, porém, já havia sido autorizado o funcionamento da sexta, sétima e oitava séries – foi então que passou a se chamar de Escola Estadual Professor Otávio de Souza. Logo depois – em 1982 – foi autorizado o Segundo Grau.O Otávio de Souza tem uma história que acompanha a do bairro. Criado, oficialmente, em maio de 1942, e somente em 1947 passou a se chamar “Grupo Escolas Professor Otávio de Souza”, em homenagem a um conhecido médico porto-alegrense que faleceu em um naufrágio marítimo – o do navio “Astúrias”, em 2 de dezembro de 1933.
Além de médico, Otávio de Souza foi professor, diretor da Faculdade de Medicina e presidente da Sociedade de Medicina do Rio Grande do Sul. Também dirigiu uma das enfermarias da Santa Casa que, aliás, ainda hoje leva o seu nome.As aulas só começaram, efetivamente, em 1952, no prédio da rua Felizardo, sob a direção da professora Ruth Magalhães. Eram apenas sete salas de aulas, utilizadas em três turnos. Em 1962 o colégio já contava com três pavilhões.
Além de médico, Otávio de Souza foi professor, diretor da Faculdade de Medicina e presidente da Sociedade de Medicina do Rio Grande do Sul. Também dirigiu uma das enfermarias da Santa Casa que, aliás, ainda hoje leva o seu nome.As aulas só começaram, efetivamente, em 1952, no prédio da rua Felizardo, sob a direção da professora Ruth Magalhães. Eram apenas sete salas de aulas, utilizadas em três turnos. Em 1962 o colégio já contava com três pavilhões.
DISPLICÊNCIA MODERNA – Veterana no magistério, a professora Maria Aparecida não quer dar a entender que é saudosista. Mas, aos poucos, começa a contar histórias de vinte, trinta anos atrás, um tempo em que – segundo ela – os professores eram bem mais valorizados, os alunos respeitavam os mestres e os pais participavam mais da educação dos seus filhos.“O que a gente sente é que, hoje, a família deixou nas costas da escola a missão de educar. Esqueceram que isso começa em casa, com eles próprios. Mas são os tempos modernos, né, ninguém tem mais tempo pra nada, os pais trabalham fora, é muita correria”, diz, lamentosa. Outra que fala do passado no mesmo tom é a professora Olga Grimaldi, com mais de 30 anos de magistério.
“As coisas mudaram muito, os alunos de hoje não têm respeito, são muito diferentes do passado. Basta ver que é proibido o celular ligado em sala de aula, mas eles não estão nem aí, atendem na hora. Eu até já pensei em desistir do magistério por causa disso”. Lembranças semelhantes tem Neusa Marina Jardim Pastor, moradora da Barão do Amazonas e que recorda do Jardim Botânico no final dos anos sessenta e nos anos setenta. “Onde tem os blocos era uma chácara de agrião. Lembro do armazém da dona Versa, na Valparaíso, do Supermercado Dalmás, o único do bairro, lá por 1976. Também lembro que, nos altos da Felizardo, perto da Fundação Zoobotânica, havia a dona Eva, uma doceira e quituteira muito solicitada, todo mundo encomendava os doces dela para as festas.”Dentre os alunos mais famosos que passaram pelo Otávio, está um tal de Gabriel – que, dizem, jogou no Fluminense em não se sabe que época. E o cantor Armandinho, que faz sucesso nas paradas musicais: “Pelo que eu sei, ele estudou aqui”, dizem as professoras, sem total certeza do fato. Outra figura conhecida, que trabalhou na escola, foi a ex-secretária de Educação e vereadora, Margarete Moraes – ainda residente no bairro.
“As coisas mudaram muito, os alunos de hoje não têm respeito, são muito diferentes do passado. Basta ver que é proibido o celular ligado em sala de aula, mas eles não estão nem aí, atendem na hora. Eu até já pensei em desistir do magistério por causa disso”. Lembranças semelhantes tem Neusa Marina Jardim Pastor, moradora da Barão do Amazonas e que recorda do Jardim Botânico no final dos anos sessenta e nos anos setenta. “Onde tem os blocos era uma chácara de agrião. Lembro do armazém da dona Versa, na Valparaíso, do Supermercado Dalmás, o único do bairro, lá por 1976. Também lembro que, nos altos da Felizardo, perto da Fundação Zoobotânica, havia a dona Eva, uma doceira e quituteira muito solicitada, todo mundo encomendava os doces dela para as festas.”Dentre os alunos mais famosos que passaram pelo Otávio, está um tal de Gabriel – que, dizem, jogou no Fluminense em não se sabe que época. E o cantor Armandinho, que faz sucesso nas paradas musicais: “Pelo que eu sei, ele estudou aqui”, dizem as professoras, sem total certeza do fato. Outra figura conhecida, que trabalhou na escola, foi a ex-secretária de Educação e vereadora, Margarete Moraes – ainda residente no bairro.
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