Irmã Celassi, diretora: ela já foi de tudo na instituição e está no cargo desde 2013."Valorizamos a integração com a comunidade e com as famílias". |
Fachada do colégio, visto da avenida Protásio Alves: 120 alunos são bolsistas. |
Em setembro de 2019 o Colégio Santa Inês (avenida Protásio
Alves, 2493, na esquina com a rua Felizardo Furtado) completará 73 anos de existência,
período em que formou – dentro dos valores cristãos e de uma filosofia de
ensino que preza pela qualidade e pelo respeito às diferenças – gerações e
gerações de alunos, a grande maioria dos quais, uma vez concluído algum curso superior,
são hoje médicos, engenheiros, advogados, jornalistas, biólogos, professores.
Os mais de 1.000 alunos, desde a chamada “Classe Bebê”, de
apenas um ano de idade, até o término do ensino médio, desfrutam de uma
infraestrutura de ensino, lazer, esportes e conhecimentos que é reconhecida em
toda a Porto Alegre, de onde provêm as crianças e os adolescentes – meninos e
meninas, em praticamente igual número. Boa parte são filhos de famílias dos
bairros Petrópolis e Jardim Botânico – a maioria das classes A e B – mas também
de muitos outros bairros da Capital, como explica a diretora, a irmã Celassi
Dalpiaz, natural de Osório, ela própria uma ex-aluna da instituição e que passou
por praticamente todos os cargos dentro da escola, onde entrou como estudante
em 1979.
Hoje, além dos mil alunos, o Santa Inês (com uma área construída
de 16.387 metros quadrados) conta com uma equipe de 89 professores, dentre os
mais de 200 colaboradores. “Um dos diferenciais nossos é uma educação
humanizada e dentro dos valores cristãos, e que preza pela qualidade do ensino”,
define a diretora, lembrando que o colégio acompanha as mudanças da sociedade e
a ela se adapta. “O mundo mudou muito, há outra reconfiguração da família, e
nós acolhemos a todos”.
ROBÓTICA CAMPEÃ – Visto da rua Felizardo Furtado, ou
da Protásio, o Santa Inês, em determinadas horas de entrada e saída, é uma
alegre algazarra de crianças e adolescentes. Todo murado (há belos painéis de
grafite pintados pelos próprios alunos), e com acesso principal pela avenida
(há outro pela rua Barão do Amazonas, nos fundos), o colégio viu o Brasil e o
mundo mudar ao seu redor – se a igreja de São Sebastião, do outro lá, está lá,
firme, o antigo cinema Ritz não existe mais, o mundo tornou-se mais agitado e
violento e a tecnologia evoluiu ao longo dos anos – surgiram os computadores
pessoais, o telefone celular, a Internet, as redes sociais.
O próprio Santa Inês – que havia começado como uma
instituição só para meninas (o que mudou na década de 70) – foi se alterando,
inclusive fisicamente, com a construção de mais anexos e outras melhorias. “Hoje
nós temos muitas atividades extracurriculares”, informa a irmã Celassi, citando
um dos orgulhos da casa, a Robótica Educacional – um grupo de competição de
robótica que até já ganhou prêmio na Dinamarca e que em breve seguirá para
outro torneio no Uruguaio.
No caso, os alunos constroem seus próprios robôs
miniaturizados. Outra atividade importante é o Programa de Educação Bilíngue
(português e inglês) e que está se expandindo aos poucos. “Temos desde o nível
três da educação infantil até o quarto ano do ensino fundamental, e vamos
ampliar ainda mais”, diz a diretora. Há também a tradicional Feira do Livro interna (que acontecerá entre os dias 23 e 26 de abril) e a Rústica, a ser realizada no Parque Esportivo da PUC. O colégio tem ainda uma assessora de
imprensa, a jornalista Letícia, formada na Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul e ex-aluna da casa.
Mesmo com prédios antigos, em sua maioria, o interior
do estabelecimento preza pela pintura e manutenção, o que faz a diferença, por
exemplo, para os 120 alunos que ficam no local das 7h30min às 18 horas, praticamente um turno integral, algo
que a diretora classifica como “uma demanda da sociedade, da comunidade, já que
os pais se sentem melhores e mais seguros com os filhos aqui do que mesmo em
casa ou outros locais.”
O expediente curricular diário do Santa Inês inicia, para os
mais pequenos, das 13h10min até as 18 horas, e para os mais velhos das 7h30min
até as 12h50min, com mais duas tardes por semana de aulas. Isso dá uma média de
seis horas de estudo.
Embora com um perfil de classe média, ou mesmo alta, a
instituição conta com um grande número de bolsistas. Mais do que tudo, mantêm
fortes vínculos com a comunidade e com os pais – no caso comunitário, o Santa
Inês sempre se engajou em causas sociais ou voltadas às melhorias dos bairros
Petrópolis e Jardim Botânico, algo do qual a diretora se orgulha e também,
claro, a escola se beneficia.
Alunos do Santa Inês. Foto Internet. |
INTEGRAÇÃO E CATRACAS - “Mantemos um engajamento com a
comunidade que é sempre necessário”, argumenta ela, citando o caso da atual campanha
de revitalização do posto policial da Brigada Militar, na rua Felizardo
Furtado, ao lado da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul e cuja situação precária deverá ser alterada brevemente,
graças à colaboração dos moradores e dos empresários dos dois bairros. Com
apenas um soldado de plantão, e sem as mínimas condições operacionais, o
chamado “postinho” já está sofrendo reformas e será transformado em uma sede
efetivas quando as obras estiverem concluídas.
Segurança – ou insegurança, no caso – é uma das preocupações
dos alunos, pais, professores e funcionários da escola. Segundo a professora, a
situação varia ciclicamente, porém sempre incomoda de alguma forma: “Temos períodos nos quais
os bairros são muito visados, com furtos de automóveis, assaltos, roubos, e
outros nem tanto assim, mas o assunto é sempre muito delicado. Todo dia a gente
houve relatos e histórias de violência”, acrescenta.
Para se prevenir de fatos desagradáveis, a direção instalou
catracas e uma equipe de segurança interna, os quais, porém, não podem portar
armas e não têm poder de polícia.
SERVIÇO – Colégio Santa
Inês: Avenida Protásio Alves, 2493. Tel.: 3331.9111. Na Internet (página
oficial): www.santainesrs.com.br/
Irmãs Escolares, congregação que existe em 34 países
O Colégio Santa Inês integra as Irmãs Escolares de Nossa
Senhora, da Igreja Católica. A congregação – presente em 34 países dos cinco
continentes, com forte presença na África, de onde saem muitas novas vocações
religiosas e missionárias – é voltada ao ensino. A própria irmã Celassi é um
exemplo disto – ex-aluna, foi depois auxiliar, professora, coordenadora
pedagógica e finalmente, a partir de 2013, diretora da instituição. A diretora
tem formação em Pedagogia e na área de Gestão e já viajou pela Europa, conhecer
o que se faz por lá. Esteve por exemplo na Áustria, onde admirou o trabalho das
colegas irmãs direcionados aos imigrantes, e também na Alemanha.
Em Porto Alegre as Irmãs Escolares de Nossa
Senhora, além do Santa Inês, administram uma grande creche no bairro Rubem
Berta, onde estão 180 crianças em estado de vulnerabilidade social. Há, ainda,
uma outra na avenida Venâncio Aires, com mais 80, sem falar o projeto Rumo
Norte, iniciativa assistencial no centro da cidade (no edifício Dab Dab),
voltado para deficientes a partir de 18 anos de idade e onde são ministrados
cursos gratuitos os mais diversos – libras, braile, informática, oficinas etc.
Vista do pátio interno. |
A Biblioteca dos alunos. |
Sala de Robótica: alunos constroem robôs e já ganharam prêmios internacionais de competição. |
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