segunda-feira, 15 de abril de 2019

Fundado em 1946, Colégio Santa Inês tem mil alunos, ensino de qualidade adaptado aos novos tempos e valoriza integração com a comunidade

Irmã Celassi, diretora: ela já foi de tudo na instituição e está no cargo desde 2013."Valorizamos a integração com a comunidade e com as famílias".
Fachada do colégio, visto da avenida Protásio Alves: 120 alunos são bolsistas.


Em setembro de 2019 o Colégio Santa Inês (avenida Protásio Alves, 2493, na esquina com a rua Felizardo Furtado) completará 73 anos de existência, período em que formou – dentro dos valores cristãos e de uma filosofia de ensino que preza pela qualidade e pelo respeito às diferenças – gerações e gerações de alunos, a grande maioria dos quais, uma vez concluído algum curso superior, são hoje médicos, engenheiros, advogados, jornalistas, biólogos, professores.
Os mais de 1.000 alunos, desde a chamada “Classe Bebê”, de apenas um ano de idade, até o término do ensino médio, desfrutam de uma infraestrutura de ensino, lazer, esportes e conhecimentos que é reconhecida em toda a Porto Alegre, de onde provêm as crianças e os adolescentes – meninos e meninas, em praticamente igual número. Boa parte são filhos de famílias dos bairros Petrópolis e Jardim Botânico – a maioria das classes A e B – mas também de muitos outros bairros da Capital, como explica a diretora, a irmã Celassi Dalpiaz, natural de Osório, ela própria uma ex-aluna da instituição e que passou por praticamente todos os cargos dentro da escola, onde entrou como estudante em 1979.
Hoje, além dos mil alunos, o Santa Inês (com uma área construída de 16.387 metros quadrados) conta com uma equipe de 89 professores, dentre os mais de 200 colaboradores. “Um dos diferenciais nossos é uma educação humanizada e dentro dos valores cristãos, e que preza pela qualidade do ensino”, define a diretora, lembrando que o colégio acompanha as mudanças da sociedade e a ela se adapta. “O mundo mudou muito, há outra reconfiguração da família, e nós acolhemos a todos”.
ROBÓTICA CAMPEÃ – Visto da rua Felizardo Furtado, ou da Protásio, o Santa Inês, em determinadas horas de entrada e saída, é uma alegre algazarra de crianças e adolescentes. Todo murado (há belos painéis de grafite pintados pelos próprios alunos), e com acesso principal pela avenida (há outro pela rua Barão do Amazonas, nos fundos), o colégio viu o Brasil e o mundo mudar ao seu redor – se a igreja de São Sebastião, do outro lá, está lá, firme, o antigo cinema Ritz não existe mais, o mundo tornou-se mais agitado e violento e a tecnologia evoluiu ao longo dos anos – surgiram os computadores pessoais, o telefone celular, a Internet, as redes sociais.
O próprio Santa Inês – que havia começado como uma instituição só para meninas (o que mudou na década de 70) – foi se alterando, inclusive fisicamente, com a construção de mais anexos e outras melhorias. “Hoje nós temos muitas atividades extracurriculares”, informa a irmã Celassi, citando um dos orgulhos da casa, a Robótica Educacional – um grupo de competição de robótica que até já ganhou prêmio na Dinamarca e que em breve seguirá para outro torneio no Uruguaio.
No caso, os alunos constroem seus próprios robôs miniaturizados. Outra atividade importante é o Programa de Educação Bilíngue (português e inglês) e que está se expandindo aos poucos. “Temos desde o nível três da educação infantil até o quarto ano do ensino fundamental, e vamos ampliar ainda mais”, diz a diretora. Há também a tradicional Feira do Livro interna (que acontecerá entre os dias 23 e 26 de abril) e a Rústica, a ser realizada no Parque Esportivo da PUC. O colégio tem ainda uma assessora de imprensa, a jornalista Letícia, formada na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e ex-aluna da casa.
Mesmo com prédios antigos, em sua maioria, o interior do estabelecimento preza pela pintura e manutenção, o que faz a diferença, por exemplo, para os 120 alunos que ficam no local das 7h30min às 18 horas, praticamente um turno integral, algo que a diretora classifica como “uma demanda da sociedade, da comunidade, já que os pais se sentem melhores e mais seguros com os filhos aqui do que mesmo em casa ou outros locais.”
O expediente curricular diário do Santa Inês inicia, para os mais pequenos, das 13h10min até as 18 horas, e para os mais velhos das 7h30min até as 12h50min, com mais duas tardes por semana de aulas. Isso dá uma média de seis horas de estudo.
Embora com um perfil de classe média, ou mesmo alta, a instituição conta com um grande número de bolsistas. Mais do que tudo, mantêm fortes vínculos com a comunidade e com os pais – no caso comunitário, o Santa Inês sempre se engajou em causas sociais ou voltadas às melhorias dos bairros Petrópolis e Jardim Botânico, algo do qual a diretora se orgulha e também, claro, a escola se beneficia.


Alunos do Santa Inês. Foto Internet.

INTEGRAÇÃO E CATRACAS - “Mantemos um engajamento com a comunidade que é sempre necessário”, argumenta ela, citando o caso da atual campanha de revitalização do posto policial da Brigada Militar, na rua Felizardo Furtado, ao lado da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e cuja situação precária deverá ser alterada brevemente, graças à colaboração dos moradores e dos empresários dos dois bairros. Com apenas um soldado de plantão, e sem as mínimas condições operacionais, o chamado “postinho” já está sofrendo reformas e será transformado em uma sede efetivas quando as obras estiverem concluídas.
Segurança – ou insegurança, no caso – é uma das preocupações dos alunos, pais, professores e funcionários da escola. Segundo a professora, a situação varia ciclicamente, porém sempre incomoda de alguma forma: “Temos períodos nos quais os bairros são muito visados, com furtos de automóveis, assaltos, roubos, e outros nem tanto assim, mas o assunto é sempre muito delicado. Todo dia a gente houve relatos e histórias de violência”, acrescenta. 
Para se prevenir de fatos desagradáveis, a direção instalou catracas e uma equipe de segurança interna, os quais, porém, não podem portar armas e não têm poder de polícia.

SERVIÇO – Colégio Santa Inês: Avenida Protásio Alves, 2493. Tel.: 3331.9111. Na Internet (página oficial): www.santainesrs.com.br/
O colégio iniciou em 1946, só com meninas. Aos poucos foi sendo ampliado, como se nota por esta foto antiga das primeiras estruturas da construção. Hoje ele vai da Felizardo Furtado até a Barão do Amazonas, e conta com um amplo estacionamento e muitas atividades curriculares e extracurriculares.


Irmãs Escolares, congregação que existe em 34 países
O Colégio Santa Inês integra as Irmãs Escolares de Nossa Senhora, da Igreja Católica. A congregação – presente em 34 países dos cinco continentes, com forte presença na África, de onde saem muitas novas vocações religiosas e missionárias – é voltada ao ensino. A própria irmã Celassi é um exemplo disto – ex-aluna, foi depois auxiliar, professora, coordenadora pedagógica e finalmente, a partir de 2013, diretora da instituição. A diretora tem formação em Pedagogia e na área de Gestão e já viajou pela Europa, conhecer o que se faz por lá. Esteve por exemplo na Áustria, onde admirou o trabalho das colegas irmãs direcionados aos imigrantes, e também na Alemanha.
Em Porto Alegre as Irmãs Escolares de Nossa Senhora, além do Santa Inês, administram uma grande creche no bairro Rubem Berta, onde estão 180 crianças em estado de vulnerabilidade social. Há, ainda, uma outra na avenida Venâncio Aires, com mais 80, sem falar o projeto Rumo Norte, iniciativa assistencial no centro da cidade (no edifício Dab Dab), voltado para deficientes a partir de 18 anos de idade e onde são ministrados cursos gratuitos os mais diversos – libras, braile, informática, oficinas etc.

Vista do pátio interno.

A Biblioteca dos alunos.

Sala de Robótica: alunos constroem robôs e já ganharam prêmios internacionais de competição.

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