quarta-feira, 24 de abril de 2019

Borregaard, "uma verdadeira calamidade pública".

Reprodução do Correio do Povo.
Quem conheceu a Porto Alegre do passado sabe que a Borregaard teve um papel vital da história da capital gaúcha. De propriedade de empresários nórdicos que resolveram investir na fabricação de celulose em terras gaúchas, a "fábrica de fedor" empestou os ares da cidade e de outros municípios em volta, a ponto de ser considerada, de longe, a "inimiga pública número um" dos porto-alegrenses. Cínica e mentirosa, escorada em generais do Exército, em uma época de ditadura, a gigante norueguesa acabou por originar um forte movimento ecológico em terras rio-grandenses, do qual ressalta o nome do célebre ecologista José Lutzenberger. Espraiando seu horrível cheiro de ovo podre por toda a capital, a Borregaard, localizada em Guaíba, depois tomou o nome de Riocell e teve, com a redemocratização do país, que instalar equipamentos antipoluentes em sua fábrica e adaptar-se a um realidade que não condizia com a sua visão de uma terra "habitada por índios selvagens" que não mereceriam qualquer respeito.  

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