segunda-feira, 29 de abril de 2024

A segunda Miss Universo do RGS

 


Reproduções do Correio do Povo.
Em 1963, em Miami Beach, nos Estados Unidos, a porto-alegrense Ieda Maria Vargas conquistava o primeiro e mais importante título em reconhecimento à beleza da mulher gaúcha e brasileira: a moça do bairro Petrópolis e que já havia sido, naquele mesmo ano, Rainha das Piscinas |(Cantegril Clube), Miss Porto Alegre, Miss Rio Grande do Sul e Miss Brasil (a 22 de junho, no Maracanãzinho, no Rio), era eleita a mais bela dentre todas as candidatas (uma dinamarquesa ficou em segundo lugar), justificando o seu favoritismo entre as sul-americanas. Na verdade Ieda se tornou a primeira Miss Universo brasileira (em 1930 a pelotense Yolanda Pereira recebeu o título, no Brasil, em certame que no entanto não teve reconhecimento oficial), de certa maneira vingando a derrota da baiana Martha Rocha em 1954. 
Nascida a 31 de dezembro de 1944, na capital gaúcha, Ieda tinha apenas 18 anos quando se tornou uma celebridade mundial, com desfiles apoteóticos, recepções oficiais, encontros com presidentes e uma agenda que a fez percorrer dezenas de países, em uma época em que ser Miss Universo dava um reconhecimento extraordinário.
O júri que a escolher como a mais bela tinha tinha como um dos jurados o ator Peter Sellers que, encantado com a moça, lhe deu a nota máxima nas três apresentações e, segundo se soube, depois teria convidado a beldade dos pampas a participar do filme A Pantera Cor-de-Rosa, um sucesso mundial - Ieda recusou. No baile do concurso, ela dançou com o também ator Dana Andrews, célebre por seus papeis noir e em filmes de detetive.

Mister Barrick, o inglês que marcou época na arbitragem gaúcha

 



Luís Fernando Veríssimo lembra dele apitando grenais, e o citou em uma de suas crônicas. Carlos Heitor Cony, jornalista e escritor, já falecido, recordava o gol do Brasil contra o Uruguai que ele anulou pela antiga Copa Rio Branco. O certo é que sua figura faz parte da história do futebol gaúcho, brasileiro e sul-americano nos anos que se seguiram ao término da Segundo Guerra Mundial.
Seu nome: Cyril John Barrick, o “velho Jack”, que o Correio do Povo definiu como “o consagrado e fleumático árbitro britânico que tanto bem anda fazendo ao futebol gaúcho”, o “número 1 do mundo”.
Ninguém sabe exatamente – ou talvez alguém ainda saiba – como o “velho Jack” chegou ao Rio Grande do Sul naquela segunda metade dos anos quarenta, já consagrado como um juiz de primeira grandeza no futebol inglês. O que se presume é que numa Inglaterra devastada e empobrecida pela Segunda Grande Guerra ele tenha resolvido procurar trabalho em querências mais pacíficas e ensolaradas e onde o esporte bretão também era amado, o que já acontecia com colegas seus. O velho Jack, a julgar pelas fotos, já deveria contar os seus quarenta e tantos anos quando deixou a Velha Albion castigada pelos bombardeios nazistas e veio para a América do Sul ganhar uns trocados para sustentar a família que ficara na Europa.
O certo é que aqui o “velho Jack” ganhou respeito e deixou saudades por onde passou e apitou, em especial no Rio Grande do Sul, estado que foi, tudo indica, sua porta de ingresso no mundo futebolístico sul-americano. Versátil e disposto a tudo por um punhado de libras que remetia todo mês para a família, Mister Barrick apitou tanto jogos da seleção brasileira como partidas amistosas em surrados e toscos campos de futebol. Ter Mister Barrick apitando era uma espécie de certificado de qualidade. Exótico e famoso, o Velho Jack virava uma atração à parte.
Ao que parece, Mister Barrick foi inicialmente contratado pela Federação Rio-grandense de Futebol para apitar os jogos do campeonato citadino. Mas, malandramente, bem no jeitinho brasileiro, esta passou a emprestá-lo a outros centros do País. Assim o velho Jack apitou nos Eucaliptos, na Baixada, em São Januário, no Pacaembu, no Maracanã, no estádio da Timbaúva, na Chácara das Camélitas, na Colina Melancólica... Apitou jogos do Brasil contra outras seleções e apitou clássicos platinos, onde também tinha fama. A Federação gaúcha o emprestava, cobrava por isso, e nem sempre repassava o dinheiro ao fleumático e tolerante inglês.
Quantos anos ficou Mister Barrick no Brasil? Será que voltou para a sua Inglaterra ou resolveu se aclimatar nos trópicos? O mais provável é que tenha voltado: cansado da desorganização do futebol brasileiro e das promessas não cumpridas, às vezes o Velho Jack botava a boca no trombone, como em abril de 1950, alguns meses antes da Copa no Brasil. Conforme o Correio do Povo noticiou, Barrick estava insatisfeito e, pior, sentia-se explorado pelos dirigentes esportivos gaúchos:
“Por ocasião de sua recente ida a Caxias do Sul, a convite do presidente do Nacional, que é também presidente do Departamento de Futebol da Capital, o laureado apitador britânico queixou-se amargamente da maratona a que estava sendo submetido, atuando várias vezes em uma semana, por ocasião da temporada do Peñarol em nossos gramados. A um dos nossos cronistas, Mister Barrick alegou sentir dores na coxa direita, à altura dos rins, dizendo a impossibilidade em que se achava de continuar a apitar partidas fora dos termos do compromisso, ou seja, mais de três durante uma semana. Mister Barrick chegou a falar em rescisão do contrato, caso fosse obrigado a trabalhar além das suas forças. Agora o Departamento de Futebol da Capital acaba de tomar outra deliberação que está merecendo crítica nos círculos esportivos. É que os clubes uruguaios, Nacional e Peñarol, solicitaram por empréstimo a presença do Velho Jack em campos orientais para um torneio quadrangular que pretendem realizar juntamente com clubes brasileiros. Os maiorais do nosso futebol de pronto aquiesceram, condicionando-o a uma questão de data e, mais, exigiram 25 mil cruzeiros por arbitragem, devendo o apitador, por sua vez, perceber 5 mil cruzeiros em cada uma.”
“Isso quer dizer, pura e simplesmente, que o Departamento de Futebol da Capital resolveu que os clubes uruguaios venham a pagar os honorários de Mister Barrick pelos próximos quatro meses, com a visível economia de 100 mil cruzeiros para os clubes”
E assim conclui o Correio do Povo: “Ora, Mister Barrick não é nenhuma criança, e qualquer dia, quando achar que está sendo mal empregado, não terá dúvida alguma em pedir a rescisão do seu contrato a fim de continuar o seu verdadeiro apostolado esportivo em qualquer outro centro mais adiantado do que o nosso e onde não sirva unicamente de atração para rendas, ou – o que é pior – para evitar que os clubes tenham que entrar com dinheiro para suprir as modestas arrecadações auferidas com as não menos modestas exibições de seus esquadrões de profissionais..." 
É, o Velho Jack, o apitador número 1 do Mundo, deixou saudades em terras gaúchas, mas será que nós deixamos saudades nele?

Aniversariante do dia

 

Nana Caymmi faz 83 anos.

Imagem do Jardim Botânico

 

Academia tradicional do JB, na Salvador França.

A estreia de La Dolce Vita em Porto Alegre

 

Em janeiro de 1961 -- estreava em Porto Alegre um novo filme do diretor italiano Federico Fellini que deveria entrar para a história cinematográfica mundial: La Dolce Vita, com, entre outros, Marcelo Mastroiani e a belíssima e sensual sueca Anita Ekberg. Produzido em 1960, retrato de uma época em que muitos dos valores iam perdendo o sentido, com um forte vazio existencial de seus personagens, a produção de Fellini é digna do seu gênio e tornou-se um dos filmes mais comentados de todos os tempos. na Capital gaúcha, com seus pouco mais de 700 mil habitantes, La Dolce Vita, ou A Doce Vida, foi projetada inicialmente no Cine Rex, uma belíssima casa de espetáculos na Rua da Praia. A reprodução é do jornal Correio do Povo, da coleção do Arquivo Histórico Municipal Moyses Vellinho.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Final de tarde na rua Dona Inocência

 

Rua dona Inocência em um final de tarde. O charme dos paralelepipedos (que palavrinha!) bem conservados.

O misterioso incêndio do Julinho nunca foi explicado

  

Antigo prédio do Julinho, destruído pelas chamas

 Pesquisa e Texto: Vitor Minas
    Talvez hoje, em meio a tantos fatos ruins e à indiferença geral, a destruição de um grande colégio público não causasse comoção a Porto Alegre. Porém no início dos anos cinquenta o ocorrido com o Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o “Julinho”,  consternou verdadeiramente os habitantes da Capital, zelosa dos seus valores e orgulhosa do alto padrão educacional de um estabelecimento modelo que simbolizava o que então o Rio Grande do Sul tinha de melhor: o seu mais avançado padrão civilizatório frente aos demais Estados e o genuíno orgulho que isso trazia ao povo gaúcho. Público e gratuito, com um ensino considerado de excelência, o colégio dava acesso direto ao terceiro grau e nele estudaram, entre tantos, nomes que depois de tornaram famosos ou notórios em muitas áreas, incluindo Leonel Brizola, Paulo Brossard, Paixão Cortes e Barbosa Lessa – uma elite intelectual e pensante vinda democraticamente das muitas camadas da sociedade gaúcha. Foi também no Julinho, em 1948, que iniciou o Movimento Tradicionalista Gaúcho, embrião dos milhares de CTGs que se espalham pelo mundo. 
    O incêndio foi marcado pela forte suspeita – na verdade, uma certeza – de ter sido um ato intencional e premeditado, “praticado por mãos criminosas”, como disse o Correio do Povo, ou por um “piromaníaco insano”, um “perigoso tarado que vê seus instintos doentios despertar em determinadas épocas do ano”, conforme escreveu o Diário de Notícias.  Era, desde 1947, o quinto grande prédio público (incluindo aí a Cooperativa dos Funcionários Públicos) a queimar de forma semelhante. Em nenhum deles o inquérito policial apontou a autoria e muito menos se estabeleceu uma ligação direta entre os fatos.
    A destruição daquela que era considerada a unidade de ensino mais avançada e democrática em todo o Estado aconteceu na primeira hora da madrugada de 16 de novembro de 1951, sexta-feira, em pleno feriadão da Proclamação da República, uma noite ventosa na cidade que ainda mal se recuperara do renhido combate eleitoral, no dia primeiro, entre Leonel Brizola (PTB) e Ildo Meneghetti (PSD) para o cargo de prefeito municipal – Meneghetti virou o placar e venceu ao final com diferença de apenas mil votos. Os dois, aliás, engenheiros formados pela Escola de Engenharia e ligados à história do Julinho (Brizola estudou nele). Curiosamente, naqueles dias uma greve geral mobilizava os estudantes universitários de todo o Brasil. Radicalmente politizado, o efervescente Julinho repercutia internamente isso tudo.
   Também naquele início do ano de 1951 os alunos haviam deflagrado uma greve pedindo o cancelamento da decisão de separar os rapazes das moças – um prédio da Rua Doutor Flores já teria sido alugado para abrigar as alunas, relatou o radialista, ex-vereador e então aluno Lauro Hagemann em depoimento para o livro “Julinho: Cem Anos de História”, organizado pelos professores Paulo Ledur e Otávio Rojas Lima (Editora AGE) no ano de 2000.
   Motivos ou pretextos à parte, o certo é que em poucas horas a imponente construção, inaugurada em 1908 na Avenida João Pessoa, defronte à Escola de Engenharia, ao qual era ligada, e à vizinha Faculdade de Direito, veio abaixo devido à espantosa rapidez das chamas. Os prejuízos, porém, eram ainda bem maiores para toda a cultura do Rio Grande do Sul, já que da biblioteca – com valiosíssimos e raros volumes de livros dos séculos XVIII e XIX – também nada havia restado. O mesmo aconteceu com o museu, um dos mais completos do Rio Grande.
    Dias depois o jornalista Wilson Müller, 22 anos, ex-aluno da instituição, publicou no Diário de Notícias uma crônica em que lamenta “o que nunca imagináramos pudesse acontecer”: “(...) Quem não conheceu o Julinho? Naquele casarão velho da João Pessoa formou-se a consciência democrática de milhares de gaúchos. A alma farroupilha vibrou dentro do Colégio Júlio de Castilhos, desde 51 anos passados, quando, no ofuscar do século passado e no dealbar do presente, levantou-se o nosso colégio como a barreira invencível do espírito indomável do estudante gaúcho. Quem por ali passou jamais o esquecerá. Quem viveu algum tempo no “Julinho” sempre dirá, com um orgulho que só nós podemos ter: “Eu estudei no Julinho”. Basta isso para endossar a vida estudantil de um homem. Assembleias barulhentas e tumultuosas. Greves contra os professores. Abaixo-assinados de protesto contra esta ou aquela medida. Discussões intermináveis sobre a teoria do conhecimento e sobre a quarta dimensão. Passeatas de regozijo e de protesto. Exames orais e escritos feitos sem conhecimento da matéria. “Colas” e provas anuladas. Colóquios amorosos nos corredores, às escondidas dos professores e perto dos professores. Fim do curso e uma sincera homenagem aos que nos guiaram lá dentro. Um vestibular. A faculdade. Um agradecimento eterno. Lodeiro, Melo, Marieta, Tristão, Abílio, Ripol, Ataualpa, Zilá, Damasceno, Morais, Orlando, Paixão e o Machadinho são nomes que ligaram nossa mocidade à vida futura e são a garantia do patrimônio moral do Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Adeus, Julinho...”  
SINISTRO ANUNCIADO – Na realidade sabia-se que, mais cedo ou mais tarde, o colégio pegaria fogo – só não se poderia precisar em que circunstâncias isso ocorreria. Uma simples questão de tempo e de oportunidade.
   Com efeito, por diferentes vezes o Julinho esteve às voltas com malogradas tentativas de incêndio, a última das quais na quarta-feira, 14. À noite, nessa data, uma das serventes encontrou quebrados os vidros da porta da secretaria, situada ao lado do prédio principal. Dentro, jogado no chão, estava um pano embebido em gasolina que só não pegara fogo devido à forte umidade decorrente das chuvas caídas no dia anterior.
   Ciente do perigo que rondava a instituição, o diretor José Lodeiro solicitou policiamento às autoridades estaduais, algo que deu muito a falar nos dias seguintes: a Polícia Civil, em nota emitida por seu chefe-geral, Germano Sperb, confirmou que recebera o pedido e havia designado um guarda-civil para o policiamento do local, mas que este, dias antes, havia sido dispensado da tarefa pela direção, embora estivesse presente na noite do incêndio – tanto que teria sido o primeiro a comunicar o fato a policia e aos bombeiros. Lodeiro, por sua vez, desmentiu categoricamente tal afirmação, garantindo que, por sua própria conta, o vigilante deixara de comparecer ao serviço, fazendo com que ele, Lodeiro, costumasse vistoriar o colégio antes de dormir – o diretor residia nas proximidades. O Grêmio Estudantil, por sua vez, saiu oficialmente em apoio à direção e acusou a polícia de “ter colaborado positivamente com o incêndio”, conforme nota assinada pelo presidente do Grêmio, Onofre Quadros. Também o resultado do trabalho da perícia foi diferente da versão de muitas testemunhas e até mesmo dos bombeiros. Para os primeiros, o sinistro poderia ser, quem sabe, ocasional, enquanto direção e estudantes batiam-se pela tese única da intencionalidade – certamente a mais plausível. O certo é que a chave-geral da energia elétrica havia sido desligada durante o feriado, dia em que o prédio estava deserto, e isso afastava a possibilidade de um curto-circuito interno.
    Segundo testemunhas, o fogo foi avistado das ruas e residências vizinhas à meia-noite de quinta-feira ou aos quinze minutos da madrugada de sexta-feira, quando as chamas já tomavam conta do telhado, espalhando-se com incrível rapidez em virtude dos ventos que sopravam. As mesmas pessoas afirmaram ter visto três focos na cumeeira – nas extremidades e no meio da cobertura, onde se elevava a bela cúpula central. Mais tarde, em depoimentos aos jornais, alguns estudantes (dentre os primeiros a ver as chamas) negaram que isso fosse verdadeiro e asseguraram ter visto apenas um único foco. Em um “espetáculo contristador”, os repórteres anotaram que as folhas de zinco que cobriam as cúpulas “desprendiam-se em brasa sobre a cerca de grades de ferro pontiagudas.”
     Durante quatro horas cerca de 50 bombeiros vindos principalmente da estação da Avenida Júlio de Castilhos enfrentaram algumas dificuldades operacionais, já que o hidrante mais próximo mostrou-se dotado de pouca vazão de água e foi suprido pelos demais instalados na avenida, defronte ao necrotério e também na esquina da Rua Avaí. Quatro veículos da corporação foram posicionados nas imediações enquanto uma grande multidão, vinda de várias partes do centro, se comprimia em volta a fim de presenciar aquele momento histórico. Grossos rolos de fumaça chamavam a atenção dos transeuntes que passavam pela Avenida João Pessoa, nas proximidades da antiga Praça do Portão. Chefiando a operação de combate às chamas estava o oficial-aspirante Jesus Linares Guimarães – anos mais tarde comandante geral da Brigada Militar e participante das ações do edifício Renner em 1976.
   Depois de muitos esforços os bombeiros conseguiram isolar o local e evitar a propagação do fogo para a Escola de Engenharia – que teve apenas duas janelas atingidas. Linares disse ter estranhado a celeridade com que as chamas se espalharam por todo o segundo pavimento, mas deu graças pelo fato de um dos seus soldados ter escapado por pouco do desabamento de um dos tetos – se atingido, seria morte certa.
   Ao término de tudo dezessete salas de aula, mais a biblioteca e o museu, haviam se transformado em cinzas fumegantes. Por sorte quinze valiosos aparelhos de microscópio e outros de física, emprestados dias antes à Faculdade de Filosofia, escaparam ao cômputo dos prejuízos gerais, calculados em cerca de 10 milhões de cruzeiros. No dia seguinte, entre tantos curiosos ilustres, visitaram o local o governador Ernesto Dorneles, o secretário da Educação, Júlio Marino de Carvalho, o professor Mabilde Ripoll, superintendente do ensino secundário, e o reitor da Universidade do Rio Grande do Sul, professor Alexandre Martins da Rosa. O governador prometeu a imediata construção de um novo prédio para o Julinho (que já fazia parte dos planos), desta vez localizado na Praça Piratini, também na João pessoa. Enquanto isso as aulas passariam para o prédio do Arquivo Histórico do Estado, na Rua Riachuelo.
Felizmente ninguém morreu ou saiu seriamente ferido em consequência do incêndio do Julinho naquela noite-madrugada de quinta para sexta-feira. Porém uma semana depois, no início da tarde de 26 de novembro, segunda-feira, o operário Antonio José Nascimento, 27 anos, branco, casado e residente no Passo da Cavalhada, na Capital, pisou em falso quando trabalhava na demolição do primeiro andar. Ele caiu de uma altura de cinco metros e morreu no Hospital de Pronto Socorro, minutos depois.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Imagens da parte alta do JB

 

Parte da dona Inocência, esquina com a Isidoro Tressi.

Mercado na Dona Inocência.
Guarajá, descida com Salvador França

Igrejinha na Isidoro Tressi

O Ararigboia em livro

 

Livro tem autoria de 17 autores e conta histórias do futebol de várzea Crédito: Divulgação

O livro 'Viva a Várzea', escrito por 17 autores e que fala sobre o futebol de várzea, histórias e personagens, será lançado em 30 de abril, a partir das 18h, em evento a ser realizado no Chalé da Praça 15 (Largo Glênio Peres, Centro Histórico), em Porto Alegre. A obra possui 200 páginas e apresenta textos de 16 ex-varzeanos, a maioria jornalistas e de uma pioneira do futebol feminino.

O grupo de autores é composto por Cláudio Furtado, Fernando Becker, Flávio DutraJoão Bosco Vaz, José Evaristo Villa Lobos, Júlio Sortica, Leo Iolovitch e Liliane Correa. Também são coautores Mário Coso, Márcio PinheiroMarino Boeira, Óscar Fuchs, Paulo César Teixeira, Piero D'Alascio, Ricardo Stefanelli, Sérgio Kaminski e Vitor Bley de Moraes.

Times como o Bagé e o Dínamo de Petrópolis; o Maltense, do bairro São João, e o São Paulinho, da Vila do IAPI; o Tupi, da Praça Tamandaré, o Intervalo, do Araribóia, e o Clarão da Lua - feminino, têm suas histórias e jogos recordados. Personagens como Flávio França, do futebol praiano, e o Pau de Fósforo, contador de feitos, estão juntos, como o zagueiro Tosco, que prensou um adversário na cerca do campo, o sósia de Ademir da Guia, que fez malabarismo com uma bergamota na rua da Praia, a menina que sonhava jogar com os meninos, o atacante que narrava suas jogadas, entre outros.

O livro foi pensado com o objetivo de recordar histórias do futebol varzeano e atletas, dando espaço também ao futsal, ao futebol praiano e ao feminino. A obra é dividida em quatro capítulos, escritos por 17 autores que já tiveram dias de jogadores de várzea. O prefácio é assinado pelo cronista Nilson Souza.

Fonte: Coletiva.net

O velho estádio está em reformas: Copa de 50

 

Sessenta e quatro anos antes da Copa dos 7 a 1 no Brasil, o nosso país sediava a quarta edição do evento, a primeira depois da Segunda Grande Guerra e que contava unicamente com paises convidados - muitos deles se recusaram a vir, alegando as mais variadas razões. Tal como  hoje, o torneio internacional foi dividido entre várias capitais, incluindo Porto Alegre, que sediou jogos da Suíça Iugoslávia e México. A "sede" era o modestíssimo estádio dos Eucaliptos, do Inter, remodelado e ampliado para tais jogos,Na verdade, Porto Alegre - em que pese ser a terceira força futebolística brasileira já então - não contava com nenhum estádio digno desse nome, o que envergonhava os gaúchos e motivava a campanha pela construção de um estádio municipal, nos moldes do Pacaembu e Maracanã. Algo que pode se perceber, perfeitamente, nesta foto do Correio do Povo de abril de 50.

Televisão fixa os maridos em casa

  

A primeira transmissão de televisão no Brasil aconteceu em 18 de setembro de 1950, em São Paulo, com a TV Tupi pertencente aos Diários Associados de Assis Chautebriandt, seguida, um ano depois, pelo Rio de Janeiro, a capital federal. Foi um pioneirismo no Brasil e também na América do Sul, marcando a entrada do País em uma nova era tecnológica e dando a arrancada para tudo o que existe hoje - com mais de uma centena de milhões de aparelhos espalhados de norte a sul (em novembro de 1951 eram apenas 16 mil). A preto e branco, rudimentar, feita ao vivo, a televisão - caríssima em seu início - assumiu aos poucos um papel que ainda exerce: o de manter as pessoas em casa e "tirar" muitos maridos da rua, como se vê nesta reprodução do Correio do Povo, via agência Meridional, do Rio, de novembro de 1951. Note-se que o Rio Grande do Sul somente teria a sua primeira emissora do gênero no final de 1959, a TV Piratini, canal 5.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

A TV a cores demorou na Argentina

 

Comparado com a Argentina, o Brasil perde feio em quase todos os setores da cultura - na literatura e  no cinema, por exemplo. Com um índice de analfabetismo muito menor do que o Brasil, uma imprensa importante e um índice de leitura por habitante incomparavelmente superior ao dos brasileiros, os hermanos - pelo menos nisso- ficam atrás na área televisiva, tanto em termos técnicos como de qualidade. Para se ter uma ideia, somente em 1980, durante a ditadura militar, a população argentina passou a contar com televisionamento a cores, algo que no Brasil - ainda que de forma parcial - já existia desde 1972. Ao contrário do sistema brasileiro, de origem norte-americana, lá eles adotaram o sistema alemão, de custo maior, o que fez - como se vê nesta reprodução do Correio do Povo - encarecer os aparelhos de TV a serem vendidos.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Martha Rocha, quase Miss Universo, há 70 anos

 

Correio do Povo, de 29 de agosto de 54: Getúlio já havia se suicidado.
Martha Rocha na Revista do Globo.
1954 foi um ano complicado para o Brasil,com toda a agitação que se seguiu ao atentado da rua Toneleros, a consequente crise político-militar e, finalmente, o trágico suicídio de Getúlio Vargas. Em Porto Alegre, em agosto, a cidade transformou-se quase em teatro de guerra e houve depredações e mortes. Por outro lado, no final do ano, em novembro, aconteceria a célebre tentativa de fuga de quase mil apenados da Casa de Correção, o presídio central da época, localizado ao lado do Gasômetro, no centro da cidade, acontecimento que encheu de medo os porto-alegrenses. Mas 1954 também ficou marcado como o ano em que a jovem baiana Martha Rocha perdeu o título de Miss Universo para uma norte-americana, naquela que teria sido uma das maiores injustiças em termos de concurso de beleza ao longo de toda a história, embora a história não seja verdadeira . Aos 18 anos (a sua idade está errada na matéria do CP), contudo, a despeito de tudo, Martha ficou consagrada como a mais célebre miss brasileira. No ano que vem ela completará 80 aninhos de muitas histórias para contar. (Pesquisa e texto: V. Minas)

Joe Louis sofre racismo no Brasil

 

Joe Louis foi uma dos maiores pugilistas de todos os tempos, mantendo o título de campeão mundial dos pesos pesados por 12 anos. Em 1950, já com problemas financeiros, Louis excursionou pelo Brasil, onde realizou diversas lutas no Rio e em São Paulo (conta-se que teve um caso com a cantora e futura apresentadora de TV Hebe Camargo), mediante gordos cachês. Na metade do século XX os Estados Unidos viviam o seu regime de segregação racial, não muito diferente da África do Sul, e nem mesmo o campeão Joe Louis escapava disso, embora fosse famoso. O que ele talvez não esperasse é que, no Brasil, mais propriamente no Rio de Janeiro, o problema da discriminação racial também existia - e no seu nível mais alto. Depois de ser rejeitado em vários hotéis, o norte-americano acabou se hospedando em um modesto hotel carioca, já que, segundo ele, o Copacabana Palace não aceitava "pessoas de cor". Louis faleceu em 12 de abril de 1981, aos 66 anos, tendo sofrido com o vício da cocaína e as alucinações que se seguiam às crises. A reprodução acima é do Correio do Povo, coleção do Arquivo Histórico Moyses Vellinho, de Porto Alegre.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Os banhos de rio em 1934

 

Em junho de 1934 o rio Guaíba - que muitos insistem em chamar de lago - era um rio relativamente limpo e propício ao banho. Naquela época a cidade de cerca de 250 mil pessoas não dava as costas ao Guaíba, como hoje ocorre. A zona sul da capital gaúcha já era explorada pelas suas belezas naturais e por suas praias os meses de verão. Como viajar até o litoral era uma aventura, naqueles tempos de poucas estradas, muita gente preferia ficar por aqui mesmo e desfrutar dos encantos de Ipanema e de outro bairro que surgia - o Espírito Santo. As imobiliárias e construtoras apregoavam, em anúncios de jornais, as vantagens de se adquirir um imóvel nestes locais, como se vê nesta reprodução do Correio do Povo. 

Imagens da avenida Tarso Dutra

 

Beleza arquitetônica e jogo de reflexos..

Rua Rubens Hoffmeister homenageia um dirigente esportivo que marcou época no RS. Foi presidente da Federaçõ Gaúcha. Cruzeirense, faleceu aos 68 anos. Sua rua vizinha com a de outra lenda futebolística, Carlos Froner. Divisa do JB com Petrópolis.

Quase nos altos da Tarso Dutra, as obras para o gigantesco shopping Belvedere já começaram.

Pardal na Terceira Perimetral, de olho nos motoristas.

Ieda Vargas e a escuridão de Porto Alegre

 

Ieda Maria Vargas Athanasio, Miss Universo 1963, em uma campanha institucional nos anos 70.

domingo, 21 de abril de 2024

Táxi Guarany, para o interior do Rio Grande

 

No final da década de 40, logo depois do término da Segunda Grande Guerra, o Brasil era o segundo país em linhas aéreas em todo o mundo, chegando a ter mais de 60 empresas nessa área. Em tal época heroica da aviação os aviões eram pequenos, barulhentos e desconfortáveis, transportando muitas vezes quatro ou cinco passageiros em viagens perigosas e emocionantes que terminavam em precárias e quase impraticáveis pistas de pouso. Os acidentes eram muitos e os pilotos se orientavam por referências geográficas ou inscrições que as comunidades colocavam no alto das casas e dos prédios.
O Rio Grande do Sul, pioneiro na navegação aérea com a Varig, destacava-se neste aspecto. O aeroporto São João, atual Salgado Filho, movimentava uma média de 60 vôos diários, com aeronaves de grandes companhias e de pequenos táxis aéreos ou linhas regionais. Nesta reprodução do Correio do Povo de julho de 1949 vemos o anúncio da empresa Táxi Aéreo Guarani, que seguiria em "vôos especiais" para "qualquer lugar onde haja campo de pouso" - leia-se, locais de terra batida e nenhuma infraestrutura. Para a cidade de Estrela, por exemplo, a Guarany voava diariamente. T

Um dos crimes mais famosos do Estado

 


Em 11 de abril de 1976, à meia-noite de um sábado, o jornalista Flávio Alcaraz Gomes - então um dos maiorais da imprensa gaúcha - matou com um tiro de espingarda a estudante e funcionária pública Maria José Alberton Silva, que namorava com um médico na frente da residência de Alcaraz, na rua Sinke, morro Santa Teresa, em Porto Alegre. Sentindo-se ameaçado, depois de mandá-los embora, Flávio pegou uma espingarda calibre 12, cano serrado, e disparou,atingindo a cabeça da moça. O Crime dois um dos mais comentados de toda aquela década de 70 sem Porto Alegre, recebendo a mídia muitas críticas pela forma como tratou do caso - todos os jornais evitaram dar destaque ao ocorrido. Em agosto de 1979 foi condenado a 12 anos de reclusão, que obviamente só cumpriu em pequena parte. Flávio Alcaraz Gomes, primo do então poderoso dono da Caldas Júnior, Breno Caldas, morreujá em idade avançada. Ainda hoje há várias versões sobre a motivação do crime.

Imagens da Terceira Perimetral neste domingo, 21 de abril

 

Rótula do Darci, em homenagem ao empresário dono da galeteria e posto de gasolina.

Os altos da Senador Tarso Dutra, área nobre, com seus edifícios que rasgam o céu. Geograficamente já pertence a Petrópolis.


Loja Cassol, na esquina da Carlos Froner, que foi um futebolista e treinador gaúcho de futebol.
McDonalds aberto 24 horas, também na Tarso Dutra.
Galeteria Bambino, uma das mais tradicionais e conhecidas da caital.

sábado, 20 de abril de 2024

Casamento de Brizola teve Getúlio como padrinho

  

Com apenas 28 anos, mas já deputado estadual pelo Partido Trabalhista Brasileiro - do qual era uma das mais promissoras lideranças regionais - Leonel de Moura Brizola saiu na página social do Correio do Povo naquele dia 3 de março de 1950: dois dias antes o jovem político e engenheiro casara-se, em Porto Alegre, com Neusa Goulart Brizola, que vinha a ser irmã de João Goulart - futuro presidente do Brasil, deposto em 1964. Uma importante personalidade (na verdade, padrinho do enlace) se fez presente: Getúlio Vargas, também natural da terra da noiva, São Borja, onde vivia retirado na sua fazenda do Itu (localizada no município de Itaqui e não São Borja). O casal seguiu em viagem de lua-de-mel "para o Prata", como informou o CP.  A reprodução é do Arquivo Histórico Municipal Moysés Vellinho.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

A morte de um grande cantor gauchesco, José Mendes

 

No dia 15 de fevereiro de 1974 - quinze dias depois da tragédia do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo - morria, nas proximidades de Pelotas e Rio Grande, um dos maiores ídolos da música regional gaúcha de todos os tempos. José Mendes tinha pouco mais de 30 anos e havia, em 1967, se consagrado nacionalmente com a divertida música "Pára Pedro".  Depois disso gravou vários long-plays, emplacou outros grandes sucessos e mostrou definitivamente as suas qualidades de artista, que persistem e são reconhecidas até hoje. A morte trágica, junto com mais três pessoas, incluindo um seu irmão, não recebeu o destaque merecido do Correio do Povo, talvez por ser em um final de semana - ou por outros motivos. 

Júlio Andreata, os às do volante

 






O automobilismo sempre foi um esporte de grande destaque no Rio Grande do Sul, durante quase todo o século 20. Nomes como Norberto Jung, Júlio e Catarino Andreatta (irmãos), Diogo Elwanger, Breno Fornari e muitos outros enfrentavam estradas de chão em corridas épicas, como o Circuito Zona Sul, realizado em maio de 1950 e que entrou para a história das corridas de carro no Estado. Com um percurso de quase 1000 quilômetros, entre Porto Alegre e Bagé, ida e volta, o Circuito era promovido por grandes entidades gaúchas, com apoio especial da Companhia jornalística Caldas Júnior, em especial a Folha da Tarde. Um avião acompanhou os 34 corredores - entre eles o maior astro do automobilismo brasileiro, Chico Landi, que veio de São Paulo especialmente para a prova - que desenvolveram a espantosa média de mais de 90 km horários, atravessando terrenos encharcados e precárias pontes até chegar à Rainha da Fronteira. A Rádio gaúcha transmitiu toda a corrida, ao vivo. O grande vencedor, porém, não foi Landi e sim o gaúcho Júlio Andreatta, uma das lendas dos primórdios do esporte no Brasil. Ele dirigia um Ford 1940. Aido Finardi ficou em segundo lugar e Landi no décimo. Reprodução do Correio do Povo. Julio Andreatta faleceu com pouco mais de 60 anos, em 1981, tendo abandonado as provas em 1963, com menos de 50 anos de idade.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Norberto Jung vence o Grande Circuito Farroupilha: 1935

 



O Rio Grande do Sul, ao lado de São Paulo, foi, na primeira metade do século passado, o Estado líder no automobilismo de corridas no Brasil. Circuitos, como o Cristal e Zona Sul, mobilizavam dezenas de "ases do volante", nomes como Catarino Andreatta, Júlio Andreatta, Belmiro Guedes e Norberto Jung, entre outros. Em 1935, por ocasião dos festejos do centenário da Revolução Farroupilha, Porto Alegre transformou-se com a grandiosa exposição montada na Redenção, totalmente remodelada para os eventos, disputas e solenidades. Inúmeras competições esportivas, em todas as áreas, mobilizaram a cidade. Entre elas estava o Circuito Farroupilha, vencido por Norberto Jung, como se vê nestas reproduções da Revista do Globo de novembro 1935 pertencentes ao acervo do Arquivo Histórico Moysés Vellinho, da Prefeitura de Porto Alegre. Note-se os carros e, sobretudo, os equipamentos de segurança - na verdade apenas um capacete de couro que de nada protegia. Jung, na última foto, é festejado pela vitória, com um cigarrinho na boca.

Imagens da Esef nesta quinta-feira de sol

 

Pista de corrida da ESEF, que substituiu, não faz muito, a anterior, toda precária.

Complexo de natação, com atividades também abertas à comunidade.
O "cetegesinho" da faculdade.


ESEF está no Botânico desde 1963


A ESEF - Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -está no Jardim Botânico desde julho de 1963, mas sua história remonta ao final dos anos 30, quando o Governo do Estado resolveu criar o Departamento Estadual de Educação Física por recomendação do Interventor Osvaldo Cordeiro de Farias. As profissões ligadas ao esporte tinham sido regulamentadas naquele ano e o Rio Grande do Sul não quis ficar atrás.Foi então nomeado como diretor da Escola o capitão Olavo Amaral da Silveira. A seu lado estava um grupo de entusiastas – Valdir Calvet Echart, Frederico Gaelzer, João Gomes Moreira Filho e Max Hanke. Não havia um local centralizado e cada modalidade tinha aulas em diferentes pontos da cidade. O curso durava dois anos e a primeira turma formou-se em 1941 – eram 98 homens e 26 mulheres. Em 1942 a Escola transferiu-se para o Estádio do Cruzeiro, a “Colina Melancólica”. Em 1956 estava no prédio da Associação Cristã de Moços. No dia 21 de outubro de 1969 o ministro da Educação, Tarso Dutra, assinou o decreto de federalização da Escola, o que de fato só aconteceu a 16 de setembro de 1970, com a vinda do ministro Jarbas Passarinho e a presença do governador Perachi Barcellos.

Imagens do Jardim Botânico

 

Condomínio. 

Distribuidora de gás na Barão do Amazonas.